Endometriose e Cannabis : Qual a relação entre elas ?
- Emsí

- 20 de jun. de 2024
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Atualizado: 22 de jan.

Endometriose e Cannabis : Qual a relação entre elas ?
Desde a descoberta dos endocanabinoides e na possibilidade de a sua produção insuficiente num organismo humano, ser capaz de desenvolver doenças crônicas como a Fibromialgia, Enxaqueca e o Intestino Irritável ( teoria desenvolvida pelo cientista Ethan Russo ), houveram dezenas de condições patológicas que também podem surgir devido à essa produção insuficiente. Estudos indicam que os endocanabinoides desempenham um papel importante na modulação da dor, inflamação, função imunológica e regulação hormonal, entre outras funções fisiológicas. Dessa forma, há uma crescente compreensão de que desequilíbrios nos níveis de endocanabinoides e na sinalização dos receptores canabinoides podem estar envolvidos na patogênese de várias condições, incluindo a endometriose.
A endometriose é uma condição ginecológica crônica caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. O endométrio é o tecido que reveste o interior do útero e que normalmente é eliminado durante a menstruação. No entanto, em mulheres com endometriose, esse tecido cresce em outras áreas do corpo, como os ovários, as trompas de Falópio, o peritônio (a membrana que reveste a cavidade abdominal) e outros órgãos pélvicos.
Fisiopatogênese da endometriose
A fisiopatologia da endometriose ainda não está completamente compreendida, mas várias teorias foram propostas. Uma das teorias mais aceitas é a teoria da menstruação retrógrada, que sugere que o tecido menstrual flui para trás, através das trompas de Falópio, em vez de sair do corpo através do colo do útero. Este tecido então se implanta e cresce em outras áreas, formando lesões endometrióticas.
Outras teorias desenvolvidas anteriormente incluem a disseminação hematogênica (através da corrente sanguínea) ou linfática (através dos vasos linfáticos) do tecido endometrial, bem como a diferenciação de células-tronco em tecido endometrial fora do útero. Isso foi antes dos estudos sobre a possibilidade de haver uma relação entre endocanabinoides e desenvolvimento da endometriose.
Sintomas
Os sintomas da endometriose podem variar amplamente, desde assintomáticos até extremamente debilitantes. Os sintomas comuns incluem dor pélvica crônica, especialmente durante a menstruação (dismenorreia), dor durante a relação sexual (dispareunia), dor ao urinar ou defecar, sangramento menstrual anormal, fadiga e infertilidade.
Diagnóstico
O diagnóstico de endometriose geralmente envolve uma combinação de história clínica, exame físico e exames complementares. A laparoscopia é considerada o padrão ouro para o diagnóstico, onde um médico insere um pequeno telescópio através de uma pequena incisão na parede abdominal para visualizar diretamente as lesões endometrióticas e, se necessário, realizar biópsias.
Outros métodos diagnósticos incluem ultrassonografia transvaginal com preparação intestinal, ressonância magnética pélvica e exames laboratoriais para marcadores inflamatórios.
Causas Prováveis
As causas exatas da endometriose ainda não são completamente compreendidas, mas vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento, incluindo a genética, história reprodutiva, exposição a estrogênios e predisposição imunológica.
Tratamento
O tratamento da endometriose depende da gravidade dos sintomas, da idade da paciente, dos planos reprodutivos e de outros fatores individuais. As opções de tratamento podem incluir medicamentos para alívio da dor, terapia hormonal para suprimir o crescimento do tecido endometrial, cirurgia para remover as lesões endometrióticas (laparoscopia ou laparotomia) e tratamentos complementares, como fisioterapia e terapia nutricional.



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